Mosca-branca na soja

Responsável por causar danos diretos e indiretos, a presença de mosca-branca (Bemisia tabaci biótipo B)  nas lavouras de soja é sempre um sinal de alerta aos produtores. E ainda mais preocupante, é que nos últimos anos as infestações dessa praga polífaga foram cada vez mais frequentes, podendo ocorrer do início até o final do ciclo da cultura. Neste artigo, vamos entender os fatores que colaboram para a presença de mosca-branca nas lavouras de soja, como identificar e manejar corretamente para minimizar os danos.

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Mosca-branca na cultura da soja. Foto: Runzhi Zhang.

Índice

Condições que favorecem a mosca-branca na soja

É importante ressaltar, que a mosca-branca é um inseto polífago, isto é, se alimenta de diversas culturas, possui elevada taxa de reprodução, dispersa-se facilmente e para completar, pode apresentar resistência contra alguns inseticidas químicos. Ou seja, nas condições ambientais favoráveis, pode se tornar um verdadeiro pesadelo ao produtor rural.

As condições ambientais que favorecem o desenvolvimento e disseminação são caracterizadas por temperaturas elevadas e baixa umidade do ar, já períodos chuvosos desfavorecem a ocorrência do inseto.

Ciclo de vida da mosca-branca

É um inseto pequeno, com cerca de 2,0mm de comprimento na fase adulta e conhecer seu ciclo de vida, além de auxiliar na identificação, contribui para o manejo. Primeiramente, os ovos são depositados na face inferior das folhas, caracterizados pelo formato cônico arredondado e cada fêmea é capaz de depositar de 100 a 300 ovos. A fase de ovo dura aproximadamente 6 dias.

De acordo com as condições de clima e temperatura, o ciclo de vida pode variar de 18 a 30 dias, possibilitando a ocorrência de 11 até 15 gerações por ano da praga.

Principais danos

Tanto os danos diretos como os indiretos tem potencial de causar prejuízos na produtividade. Os danos diretos são aqueles causados pela sucção da seiva e redução no desenvolvimento das plantas, tanto na fase adulta como ninfa, que possuem aparelho bucal do tipo sugador.

Entre os danos indiretos, o mais conhecido é a formação de fumagina, que afeta a capacidade fotossintética da cultura e também antecipação dos estádios fenológicos, prejudicando portanto a produção.

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Formação de fumagina na folha de soja. Foto: Adeney de Freitas Bueno.

Outro dano indireto bastante conhecido, é a transmissão de determinados vírus após a sucção da seiva. Como estamos falando da soja, a principal virose é a necrose-da-haste, impactando também na produtividade.

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Manejo de mosca-branca na soja

A primeira etapa para o sucesso no manejo é o monitoramento. Como a mosca-branca pode estar presente do início ao final do ciclo, é importante que o produtor faça o monitoramento desde o início. O monitoramento tardio pode trazer prejuízos para a efetividade do controle realizado se for detectada a presença da mosca-branca. 

Dentre as estratégias de manejo que podem desfavorecer a entrada ou disseminação na área, podemos citar o controle de plantas daninhas hospedeiras, rotação de culturas com plantas que não sejam hospedeiras e até mesmo respeitar o vazio sanitário, que além da ferrugem asiática, afeta o ciclo da mosca-branca.

Agora, se a área está com mosca-branca e é necessário fazer o controle, o sojicultor pode recorrer ao controle químico e ao controle biológico. O controle biológico tem surpreendido muitos produtores pela capacidade de controlar uma praga que até então era de difícil controle. Em alguns casos, o produtor pode fazer a aplicação do químico e biológico integrados, neste caso é necessário que haja compatibilidade entre eles.

O principal microrganismo empregado em defensivos biológicos é a Beauveria bassiana, um fungo entomopatogênico. Os esporos do fungo quando entram em contato com o inseto, penetram o corpo através da cutícula e iniciam o processo de colonização interna. O que chama atenção neste caso é o efeito residual, em decorrência da esporulação após o inseto já estar morto, dando continuidade ao controle.

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Mosca-branca após aplicação de Latria (Beauveria bassiana). Foto: Gênica.

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