Crédito de carbono: o que é e seus benefícios

Você conhece o mercado de crédito de carbono? A preocupação com as mudanças climáticas tem aumentado consideravelmente. Nesse sentido, soluções inovadoras e integradas que impactem positivamente as produções e ainda contribuam para solucionar esse problema são essenciais.

Nesse sentido, o mercado de créditos de carbono, pode ser vista como uma ferramenta que beneficia os dois lados dessa moeda: o produtor rural e o meio ambiente. Esse é um assunto novo para muitos agricultores e por isso preparamos um material sobre as principais informações desse mercado.  

Carbono e as mudanças climáticas

Com a preocupação relativa às mudanças climáticas, causadas pelo acúmulo de carbono emitido na atmosfera, surgiu a necessidade de criar estratégias que reduzam essas emissões. Por isso, em 2015 foi realizada a Conferência sobre mudanças climáticas. O objetivo era criar estratégias para a redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Dessa forma, o aquecimento global não deveria superar os 1,5ºC nos anos seguintes. 

Mas como isso se relaciona com a agricultura? O efeito estufa impacta diretamente o setor agrícola, alterando o zoneamento agroclimático das produções. Com temperaturas mais elevadas, os ciclos das produções são impactados e consequentemente os manejos e produtividade. 

Nesse contexto, a captura e mitigação do uso de carbono pela agropecuária pode ser transformada em créditos, que podem ser comercializados no mercado. O setor é um dos que representa a maior capacidade para mitigar esses cases e criar estratégias de produção mais sustentáveis.

Como funciona o crédito de carbono?

O mercado de carbono regulado representa uma estratégia para redução de GEEs dos 195 países (incluindo o Brasil), que assinaram o Acordo de Paris. Dessa forma, é estipulado quanto cada setor ou empresa pode emitir de gases durante um ano. 

Nesse mercado, os créditos de carbono foram criados para permitir que países que excedessem os níveis de emissões permitidos pudessem compensar o excedente de gases emitidos. Nesse mercado um crédito corresponde a 1 tonelada de CO₂eq, que pode ser comprado ou vendido.

Em um exemplo simples: um país precisava reduzir sua emissão em 2000 toneladas de carbono, mas conseguiu reduzir 2200 toneladas. Esse país tem 200 créditos do elemento que podem ser vendidos a outro país que não conseguiu bater sua meta. Essa lógica funciona tanto para países como para empresas privadas. 

No Brasil o mercado de carbono é voluntário, ainda não regulado. Empresas podem adquirir ou não esse mercado. No entanto, é esperado que a regulamentação desse mercado no Brasil ocorra nos próximos anos.

Relação Carbono x Agronegócio

A pergunta que fazemos é: como os agricultores podem atuar no mercado de carbono? As plantas removem o dióxido de carbono da atmosfera através da fotossíntese. Como a produtividade da agricultura é baseada nesse processo, uma combinação de tecnologias para reduzir as emissões e aumentar seu armazenamento no solo. 

Para isso, o uso de técnicas como plantio direto e uso de plantas de cobertura, melhoram a saúde do solo e ainda auxiliam no sequestro de carbono. Outro ponto a ser observado é que a genética das culturas também pode ser trabalhada, a fim de melhorar sua capacidade de sequestrá-los. 

De fato, muitos agricultores brasileiros já vêm adotando tecnologias que auxiliam em uma agricultura de baixo carbono. Por isso, esse mercado precisa ser cada vez mais explorado pelos produtores rurais. Além de estarem contribuindo para uma agricultura mais sustentável, podem estar atuando em um mercado de relevância mundial.

Conclusão

Conhecer e atuar no mercado de créditos de carbono pode ser uma excelente alternativa para produtores rurais. Muitas das práticas recomendadas para mitigar as emissões de gases já são adotadas em cultivos agrícolas. Esse mercado fomenta uma agricultura mais sustentável e produtiva. Fique atento às novidades e oportunidades do setor.

Referências

Como fica o agronegócio no mercado de carbono? Mais soja, em 2022. Disponível em: <https://maissoja.com.br/como-fica-o-agronegocio-no-mercado-de-carbono/>

T. Maraseni et al. Carbon smart agriculture: an integrated regional approach offers significant potential to increase profit and resource use efficiency, and reduce emissions. J. Clean. Prod. (2021).