Pragas soja e algodão: conheça as principais neste sistema

A sucessão das culturas entre soja e algodão é bastante explorada, principalmente nas regiões do cerrado e nordeste brasileiro. Neste artigo, vamos mostrar quais as principais pragas associadas ao cultivo de soja e algodão e por que conhecer elas podem salvar sua produtividade.

Essas regiões apresentam grandes extensões de terras, áreas planas ou de pouca declividade, possibilitam total mecanização dos cultivos e alto rendimento operacional de trabalho, o que favorece o desenvolvimento destas duas culturas.

No entanto, na sucessão entre soja e algodão algumas espécies pragas podem migrar entre os cultivos, causando problemas fitossanitários e perdas na produção.

Por isso, é fundamental conhecer as principais pragas deste sistema, a fim de estar preparado para combate-las e manter a sanidade de sua lavoura.

Principais pragas soja e algodão

Bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis)

É considerada a principal praga do algodão, se não controlada de forma eficaz pode causar danos de até 70%.

Não é considerada praga no cultivo de soja, mas seus danos são tão relevantes para o algodão, que pode vir a prejudicar os ganhos de todo o sistema.

Os danos se iniciam quando os adultos, durante o florescimento migram para o cultivo e atacam os botões florais.

Após o ataque, as flores ficam abertas com um sintoma conhecido como “flor em balão” e dependendo da intensidade do ataque caem.

Quando os adultos realizam alimentação as flores apresentam orifícios escuros (orifícios de alimentação), já quando realizam oviposição apresentam um orifício mais claro coberto por uma “cerosidade”.

Conhecer os dois tipos de ataque auxiliam na decisão do melhor manejo a ser tomado (Fig.1).

Mosca branca (Bemisia tabaci)

Já falamos um pouco dos danos da mosca branca em soja e milho aqui. Agora vamos falar um pouco dos danos desta praga na cotonicultura (Fig. 1).

É considerada uma das principais pragas do algodoeiro e seus danos são diretos e indiretos.

O dano direto ocorre pela sucção da seiva e os indiretos pela transmissão de patógenos e a formação de honeydew como consequência indireta.

O principal patógeno transmitido para o cultivo é o “mosaico comum” (Abutilon mosaic vírus – AbMV), que causa machas amareladas e descoloridas no limbo foliar e envelhecimento das mesmas.

O ataque deste vírus pode causar perda total na lavoura (Fig.2). Esta praga migra entre as safras de soja e algodão, e por isso, seu monitoramento e controle deve ser realizado nos dois cultivos.

Complexo Spodoptera spp.

Estas espécies ocorrem de forma conjunta em lavouras de soja e algodão. São bastante resistentes e podem causar danos severos aos cultivos.

Dentre elas destacam-se: Spodoptera frugiperda (Fig.4), Spodoptera eridania (Fig.5) e Spodoptera cosmioides (Fig.6).

São diferentes entre si (Fig. 4), mas seus danos são semelhantes. Em algodão os ataques ocorrem da parte mediana até o ponteiro, no início do reprodutivo, período considerado critico por ocorrer durante o surgimento dos primeiros capulhos.

Na soja, ataca as plantas principalmente na fase vegetativa e como são desfolhadoras, podem consumir grande área foliar diariamente.

Por isso, prejudicam a região fotossintética da planta e a produção de fotoassimilados, prejudicando a formação das vagens e reduzindo a produtividade.

Monitorar é o melhor controle

Monitorando a incidência de pragas nos cultivos de soja e algodão, você consegue realizar o manejo de controle de forma assertiva.

Seja racionalizando o uso de defensivos químicos, acertando o momento da aplicação de biológicos, no uso em consórcio dos dois tipos de controle, ou nos tratos culturais.

Conhecendo as pragas e realizando o controle adequado você garante a sanidade de sua lavoura e a produtividade.