Entenda os aspectos que tornam o controle de Sphenophorus levis, também conhecido como bicudo da cana-de-açúcar, é considerada praga primária e está presente em todas as regiões do Brasil, com destaque para os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Paraná.
A preocupação com essa praga tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. Por conta da colheita mecanizada da cana-de-açúcar, a palhada que fica no solo serve como abrigo para a praga. O controle era realizado através do fogo, apesar de danificar o solo e meio ambiente, era a principal forma de controle da praga. No entanto, tal prática foi proibida e colaborou para o aumento da população de Sphenophorus levis.
Neste artigo, você vai ter acesso as principais informações sobre o controle de Sphenophorus levis. Tornando o manejo mais prático e assertivo.
Índice
Características da espécie
Sphenophorus levis é um besouro que pertence a ordem Coleoptera, bastante conhecida na agricultura. O adulto apresenta uma coloração marrom escura com manchas pretas (Fig.1). Mede cerca de 15mm, e pode ser confundido com o bicudo do algodoeiro. A espécie apresenta hábito sedentário e raramente voa, dessa forma, não se dispersa com facilidade.
Em primeiro lugar, a espécie prefere solos claros, argilosos e úmidos. Juntamente a isso, podem ser encontrados ovipositando e se desenvolvendo na base da planta de cana, ao nível do solo. A disseminação da praga ocorre principalmente pelo trânsito de mudas, uma vez que não voa e seu caminhamento é lento, essa forma de dispersão explica sua rápida expansão.
Figura 1: Adulto de Sphenophorus levis, na imagem podemos observar as linhas longitudinais características da espécie. Fonte: Gebio.
Ciclo de vida
O ciclo se inicia quando as fêmeas perfuram a base dos colmos e depositam os ovos. Logo, eles darão origem as larvas, que apresentam um período de incubação entre 7 a 12 dias. As larvas são brancas e tem hábitos subterrâneos. Nesta fase seu corpo é formado basicamente de água, e por isso, são muito sensíveis ao calor e desidratação. O período larval dura entre 7 e 15 dias e inclusive, é na fase larval que a espécie causa danos aos canaviais. Ao se alimentarem escavam galerias no colmo da cana que danificam o rizoma e perfilhos. No último estágios de desenvolvimento a larva sai do colmo e vai para o solo, onde empupa. Após a emergência, se originam os adultos que apresentam longevidade de até 220 dias (Fig.2). Podem ocorrer cinco gerações anuais da espécie.
As infestações de S. levis são maiores na época seca do ano, principalmente entre os meses de abril e agosto. Os ataques ocorrem em reboleiras e podem ser detectadas através do monitoramento da área.
Figura 2: Ciclo de vida de Sphenophorus levis. Fonte: Centro de Tecnologia Canavieira.
Controle de Sphenophorus levis
As infestações de S. levis são maiores na época seca do ano, principalmente entre os meses de abril e agosto. Os ataques ocorrem em reboleiras e podem ser detectadas através do monitoramento da área.
Como a principal forma de disseminação da praga é através de mudas, é essencial realizar a aquisição em viveiros certificados. Mas devido as características da praga, essa não deve ser a única forma de controle, uma vez que o S. levis apresenta difícil controle, já que as larvas ficam protegidas no colmo.
É importante que o monitoramento seja realizado ao longo de toda a safra. Pode ser realizado através da observação dos sintomas nas plantas ou por abertura de trincheiras a procura de larvas. Já os adultos devem ser monitorados através de iscas com tolete de cana-de-açúcar. Quando a infestação nas iscas for menor que 30% é recomendada a aplicação de inseticidas. Se for maior, é recomendada a renovação do canavial.
A eliminação mecânica da soqueira é o método mais recomendado e eficaz. Tem como finalidade destruir ou expor a população de larvas, para o controle mais eficiente. A área também deve ser mantida livre de plantas hospedeiras, para que a praga não tenha onde sobreviver. Assim, na próxima safra os adultos estarão presentes em menores quantidades.
