Pragas do café arábica: quais são e como manejá-las?

O café arábica corresponde a 70% do café produzido no Brasil, produz grãos de cor esverdeada e produz excelente qualidade da bebida e rendimento econômico. No país, sua maior produção se encontra nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Bahia e Espírito Santo. No entanto, sua produtividade pode ser afetada diretamente pela incidência de pragas, que reduzem a qualidade do fruto e seu preço no mercado consumidor. Neste artigo, reunimos as principais pragas do café arábica e qual a melhor forma de manejá-las.

Este é mais um arquivo da série café do agroinovadores.

Índice

Pragas do café: Broca-do-café (Hypothenemus hampei)

É um besouro de cor escura e brilhante que faz orifícios na região da coroa dos frutos, no estágio de granação do café. A fêmea faz a postura dos ovos dentro destes orifícios, e quando eclodem a larva se alimenta da semente que está no interior dos frutos.

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Figura 1: Fruto com orifício causado pela broca-do-café.
Fonte: Divulgação Canal Rural

O dano desta praga do café está associada a redução de peso, queda de grãos, depreciamento na classificação do tipo e prejudica a qualidade do café. Além disso, os orifícios deixados pelas fêmeas servem como porta de entrada para patógenos.

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Figura 2: Fruto com danos causados broca-do-café.
Fonte: Divulgação Grupo Cultivar

Nos meses de outubro, novembro e dezembro as fêmeas saem dos frutos restantes da safra anterior e atacam os frutos nos estágios iniciais da granação. No período de janeiro a março é onde ocorrem os maiores danos. Por ser uma praga exclusiva do cultivo de café, é fundamental não deixar frutos remanescentes depois pós colheita, para que o inseto não tenha recursos para se desenvolver.

Para controle uma excelente alternativa é o uso de controle biológico através do fungo Beauveria bassiana.

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Pragas do café: Bicho mineiro (Leucoptera coffeella)

O adulto desta praga do café é uma mariposa branca prateada, que coloca os ovos na superfície superior das folhas. Dos ovos, eclodem larvas que se alimentam dessas folhas formando galerias, conhecidas como minas que causam desfolhamento das plantas (Fig. 3). Com a redução da cobertura foliar, a taxa fotossintética das plantas é reduzida, o que diminuiu a produtividade.

Seu ataque mais severo está relacionado a ocorrência de períodos secos e a presença de veranicos, por isso, sua presença pode variar entre as safras. Mas, de forma geral, sua infestação ocorre no final da colheita, nos meses de agosto, setembro e outubro.

É importante salientar que, constantes aplicações de cobre influenciam no aumento da população do bicho mineiro, pois estes produtos repelem o inimigo natural da praga.

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Figura 3: Folhas atacas pelo por larvas de bicho mineiro
Fonte: Divulgação Epamig

Praga do café: Cigarra do cafeeiro (Quesada gigas)

São insetos sugadores de seiva, que na fase de ninfa, se alimentam diretamente da seiva das raízes e podem se estabelecer nelas por até 5 anos.

As fêmeas adultas colocam os ovos no tronco das plantas, e as ninfas eclodidas se infiltram no solo se fixando nas raízes. Os adultos também se alimentam da seiva, mas causam danos menores quando comparados às ninfas (Fig. 4).

Seu ataque causa enfraquecimento das plantas, clorose e queda das folhas, acarretando danos diretos a granação e morte das plantas em casos mais severos.

Os períodos de seca aumentam os prejuízos causados pelo inseto. A infestação ocorre principalmente em áreas já estabelecidas, com mais de 5 anos de estabelecimento

. O controle pode ser feito de forma cultural, que consiste no arranquio de lavouras com infestação excessiva e baixa capacidade de recuperação.

Quando a lavoura ainda é jovem e pode ser aproveitada, pode ser realizada a recepa, que é uma poda drástica que promove a morte de parte do sistema radicular do café, reduzindo a população de ninfas.

O controle biológico é favorecido naturalmente pelos fungos presentes no solo, e é favorecido pelo aumento do teor de matéria orgânica do solo.

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Figura 4: Adulto da cigarra do cafeeiro
Fonte: Divulgação Reagro

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