Plantas de cobertura do solo: vantagens na entressafra

As plantas de cobertura são utilizadas para cobrir o solo, protegendo principalmente contra processos erosivos e perda de nutrientes por lixiviação. É um manejo bastante recomendado para proteção de solo na entressafra, deixando o mesmo melhor preparado para receber os cultivos subsequentes. No artigo de hoje separamos os principais motivos para utilizar plantas de cobertura e quais seus principais benefícios.

Índice

Plantas de cobertura, o que são?

São cultivadas com o objetivo de proteger e melhorar a qualidade do solo.

São muito utilizadas no sistema plantio direto, diminuindo os riscos de lixiviação de nutrientes e erosão. No entanto, estas plantas não se limitam somente a isso, muitas podem ser utilizadas para pastoreio, produção de grãos e sementes, silagem e feno.

Espécies como milheto e braquiárias possuem capacidade de reciclar nutrientes fundamentais para o crescimento e desenvolvimento das plantas que serão cultivadas em sucessão e no caso das leguminosas, são fixadoras de nitrogênio.

Além disso, plantas de cobertura constituem uma estratégia para melhoria dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo e são muito importantes para incrementar matéria orgânica no solo.

A característica principal das plantas de cobertura são: fácil estabelecimento, crescimento rápido, boa cobertura de solo, não ser hospedeira de pragas e doenças; apresentar boa estrutura radicular e produção de matéria seca.

Alguns exemplos de plantas utilizadas para cobertura de solo são: aveia branca, aveia preta, azevém, crotalária, mucuna, feijão guandu, feijão de porco, milheto, sorgo, dentre outros.

É importante avaliar qual a espécie se adequa a cada região produtiva para fazer a melhor escolha. Manter a saúde do solo é fundamental para garantir uma safra de maior qualidade, abaixo seguem alguns efeitos que uma boa cobertura propicia no solo:

image 1 - Plantas de cobertura do solo: vantagens na entressafra
Fig 1. Características e efeitos de uma boa cobertura de solo;
Fonte: Peche Filho, 2019;

Principais benefícios da plantas de cobertura

O uso de plantas de cobertura proporciona proteção do solo contra erosão, degradação , desagregação e também protege contra raios solares, diminuindo a amplitude térmica do solo favorecendo o desenvolvimento dos cultivos.

Além disso outros benefícios diretos são aumento da capacidade de retenção de nutrientes, melhoria da biodiversidade do solo e fornecimento de nutrientes ao solo.

Quando as espécies utilizadas para cobertura produzem grande quantidade de massa vegetal podem ser utilizadas são consideradas plantas de adubação verde.

Nesse sentido, a adubação verde traz diversos benefícios para o solo, como veremos a seguir:

  • aumento do teor de matéria orgânica;
  • descompactação do solo;
  • aumento da porosidade do solo;
  • maior aproveitamento de água e nutrientes;
  • aumento da sustentabilidade dos sistemas de produção;
  • auxílio na absorção de fósforo nos solos;
  • aumento da população microbiológica dos solos.

Um ponto importante é cultivar cada espécie atentando para as condições ambientais adequadas para seu desenvolvimento e crescimento.

O vídeo abaixo produzido pela Embrapa, Ministério da Agricultura e Senar pontua os benefícios das plantas de cobertura e a física solo:

Estratégia contra plantas invasoras, pragas e doenças

Além de todos os benefícios já citados, algumas espécies de plantas de cobertura também são utilizadas auxiliar no controle pragas.

Espécies como Crotalaria spectabilis e Crotalaria ochroleuca produzem substâncias tóxicas que quando liberadas no solo auxiliam no controle de nematoides.

Braquiárias são excelentes no manejo do mofo branco, que causa danos expressivos nos cultivos de feijão e algodão.

Já a Crotalaris spectabilis é utilizada como uma ferramenta no manejo do percevejo castanho, Scaptocoris castanea.

Abaixo segue um vídeo produzido pela Embrapa mostrando os benefícios da cobertura de solo com espécies de braquiária na entressafra da soja.

Momento de corte

O corte das plantas de cobertura se assemelha ao momento da colheita, por isso, deve ser realizado no momento adequado.

O corte tardio, permite que as espécies produzidas produzam sementes que serão liberadas no solo e podem se tornar um problema quando germinam durante a safra.

Neste caso, o que era para ser um manejo benéfico de cobertura de solo, acaba virando um problema e prejudicando o manejo da lavoura.

Já o corte precoce aumenta o processo de decomposição das plantas e permite que mais nutrientes sejam alocados no solo e sejam utilizados pelo cultivo posterior.

Por isso, fique atento ao ponto de corte da espécie que será utilizada para cobertura de solo na entressafra.

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