A cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) é o inseto vetor do enfezamento do milho, um dos principais problemas do cultivo. Seus danos podem causar até 100% de perdas nas áreas de produção.
Atualmente o controle dessa praga é realizado principalmente através de defensivos químicos. Mas, utilizar um único manejo pode ser muito arriscado para sua produção. Unir diversos manejos através do Manejo Integrado de Pragas é a forma mais efetiva de realizar um controle eficiente da cigarrinha.
Mas não pense que unir todas essas ferramentas é muito difícil ou complicado. Preparamos um guia rápido, porém eficiente que une os principais manejos para controle dessa praga.
Índice
Uso de híbridos resistentes
Uma das principais recomendações para o manejo da cigarrinha é a escolha de sementes resistentes aos enfezamentos. É normal encontrar as empresas apresentando as sementes como “resistentes à cigarrinha”, mas na verdade é em relação aos enfezamentos. A escolha certa da semente é uma das formas mais eficazes de controlar essas doenças que são transmitidas por cigarrinhas.
Controle de plantas invasoras
Realizar o manejo das plantas invasoras é um importante passo para o manejo da cigarrinha. Muitas plantas permitem a sobrevivência e multiplicação da cigarrinha na entressafra. Ao eliminá-las o produtor está reduzindo o risco de infestações.
Além disso, evite o plantio de outras gramíneas sobre o milho, como por exemplo o sorgo e a braquiária. Faça o vazio sanitário, também conhecido como, de pelo menos 30 dias.
Adulto da cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis)
Fonte: Mais Soja
Semeadura
É recomendado realizar o planejamento da semeadura em datas variadas, evitando as pontes verdes que podem contribuir na infestação da espécie. Neste caso, a semeadura deve ser concentrada em um intervalo de 20 a 30 dias.
A semeadura não deve ser realizada em áreas com registro de altos índices da cigarrinha e enfezamentos. Os plantios realizados nessas áreas são arriscados pela possibilidade de comprometerem áreas maiores através da disseminação das cigarrinhas. Também não é indicado realizar semeadura ao lado de lavouras que apresentam plantas doentes.
Monitoramento
Monitorar a área é ser preventivo ao aparecimento das infestações. O monitoramento é um dos principais pilares do Manejo Integrado de Pragas e é essencial que ele seja realizado na área.
O manejo deve ser constante, principalmente nos estádios iniciais da cultura (VE e V8). Mas deve continuar sendo realizado ao longo de todo o ciclo da cultura. Assim, é possível realizar as medidas de controle de forma mais assertiva e com decisões mais ágeis.
A cigarrinha do milho ainda não tem um nível de dano econômico definido. Por isso adotar técnicas preventivas de monitoramento é essencial para determinar a quantidade e o momento mais adequado das pulverizações.
Monitorar a presença da cigarrinha na área é um dos principais métodos de controle.
Fonte: Mais Soja
Controle Químico para o manejo da cigarrinha do milho
É indicado o tratamento de sementes com inseticidas e pulverização no início do V3 e V4. As aplicações devem ser realizadas principalmente nos estágios iniciais das plantas, para evitar a alta infestação.
Os principais inseticidas para controle da cigarrinha do milho são: Tiametoxan, Imidacloprido, Imidacloprido, + Beta-ciflutrina, Clorianidina,Bifentrina+Carbossulfano. É importante buscar utilizar inseticidas seletivos aos inimigos naturais, para que o controle biológico natural seja favorecido.
Controle Biológico para o manejo da cigarrinha do milho
O principal agente de controle biológico para a cigarrinha é o fungo Beauveria. Bassiana. É amplamente utilizado por também controlar outras espécies de praga como mosca-branca e ácaro rajado.
Quando liberados na área, os esporos do fungo penetram na cutícula do inseto, colonizam seus órgãos internos e causam a morte da praga. Todo o processo ocorre entre 2 e 7 dias após a aplicação. A eficiência de Beauveria é favorecida por ambientes úmidos e quentes.
Resumo
Para concluirmos fizemos um resumo das principais estratégias de manejo para controle da cigarrinha-do-milho:
- Evite sobreposição de culturas e plantios consecutivos
- Elimine plantas hospedeiras (tigueras)
- Sincronize a época do plantio
- Evite semeadura próximo a áreas com plantas doentes
- Escolhe híbridos tolerantes
- Monitore constantemente a presença de cigarrinhas na área
Referências
COTA, L. V.; SILVA, D. D. da; AGUIAR, F. M.; COSTA, R. V. da. Resistência de genótipos de milho aos enfezamentos. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2018. 11 p. (Embrapa Milho e Sorgo. Circular Técnica, 247).
OLIVEIRA, E.; SANTOS, J. C.; MAGALHÃES, P. C.; CRUZ, I. Maize bushy stunt phytoplasma transmission by Dalbulus maidis is affect by spiroplasma acquisition and environmental conditions. Bulletin of Insectology, Bologna, v. 60, n. 2, p. 229-230, 2007b.
SILVEIRA, F. T.; MORO, J. R.; SILVA, H. P. da; OLIVEIRA, J. A. de; PERECIN, D. Herança da resistência ao enfezamento em milho. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 43, n. 12, p. 1717-1723, dez. 2008.
Leonardo é formado em Administração com ênfase em Agronegócios pela Universidade Estadual Paulista – “Júlio de Mesquita Filho”. Atualmente é aluno do MBA de Agronegócios da ESALQ/USP. Trabalha como Analista de Operações da Gênica – Inovação Biotecnológica.