Cigarrinha do milho: 5 pontos fundamentais para não sofrer danos na lavoura.

De nome científico Dalbulus maidis, a cigarrinha do milho é uma importante praga que causa danos no cultivo de milho. Sua incidência nos cultivos tem crescido ao longo das últimas safras. Por isso, os produtores precisam ficar em alerta para a presença dessa praga no campo. 

Quando não controladas as perdas podem chegar a 70% ou mais nas lavouras. Sua presença tem sido favorecida pela presença de lavouras de milho de diferentes fases de desenvolvimento na safra e pelo cultivo de milho safrinha. 

Conhecer as características da cigarrinha, assim como seus danos e método de controle é um importante ponto a ser considerado no planejamento da safra. Por isso, separamos cinco pontos fundamentais para o produtor conhecer sobre Dalbulus maidis.

Índice

O que é cigarrinha do milho?

A cigarrinha é um inseto de cor branco-palha, podendo apresentar uma coloração levemente acinzentada. É considerado um inseto pequeno, com cerca de 0,5 cm. Se alimenta da seiva planta de milho e realiza postura sob a epiderme da folha, preferencialmente na nervura central.

O ciclo da cigarrinha do milho se completa em 27 dias e pode apresentar até 6 gerações por ano. A espécie pode migrar entre as lavouras, principalmente à procura de plântulas recém emergidas.

A cigarrinha é um inseto que se adapta muito bem às condições tropicais do Brasil. Sua presença pode ocorrer desde a fase de estabelecimento da cultura, e apresenta preferência por atacar plantas mais jovens.

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Imagem: Adulto da cigarrinha do milho (Dalbulus maidis).
Foto: Tatiane Lobak (Phytus Group)

Quais os danos da cigarrinha do milho?

A cigarrinha do milho causa baixos danos diretamente, ou seja, a sucção da seiva da planta não é o principal motivo das perdas. Os danos mais relevante está associado à transmissão de vírus patogênicos que enfraquecem as plantas.

É transmissora do vírus da risca do milharal, também conhecido como rayado fino (Mayse Rayado Fino Virus – MRFV) e da doenças conhecida como enfezamento – pálido ou vermelho – causado por bactérias moliculites.

 Os danos do rayado fino aparecem nas folhas, entre sete a dez dias após a inoculação na forma de pequenos pontos cloróticos e podem reduzir a produtividade em até 30%. 

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Transmissão de moliculites pela cigarrinha do milho.

Já os principais danos causados por enfezamento são: estrias cloróticas da base para o ápice (enfezamento pálido) e avermelhado das folhas a partir das margens do ápice (enfezamento vermelho).

Os enfezamentos podem gerar danos que acarretam perdas totais na lavoura como:

  • Redução da absorção e assimilação de nutrientes pela planta;
  • Redução na capacidade de produção de fotoassimilados;
  • Redução no tamanho da planta; encurtamento de entrenós;
  • Ocorrência de super espigamento;
  • Espigas improdutivas;
  • Redução no tamanho de espigas e espigas com falhas;
  • Grãos mal formados e chochos.

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Foto à esquerda mostra planta com danos de enfezamento pálido. Na da direita é possível observar planta com sintomas de enfezamento vermelho.
Fonte: Biogene

Controle Químico

Para o controle químico, é importante tratar as sementes com inseticidas e pulverizar a lavoura no início (V3 e V4), reduzindo os níveis de incidência. Essa é a fase mais suscetível da cultura quanto aos danos por cigarrinhas e a contaminação por patógenos. 

As aplicações posteriores devem ser realizadas em intervalos curtos e sempre focando em atingir o alvo de forma adequada. O objetivo deve ser sempre evitar que insetos contaminados consigam transmitir seus patógenos às plantas. Pois, a sobrevivência de apenas uma cigarrinha contaminada pode ser suficiente para disseminar patógenos pela lavoura.

Controle Biológico da cigarrinha do milho

Para controle da cigarrinha do milho, o fungo Beauveria bassiana é o mais indicado. Os esporos do fungo penetram na cutícula do inseto, colonizando os órgãos internos para se alimentar, causando a morte da praga. Esse processo ocorre entre 2 a 7 dias após a aplicação, dependendo das condições climáticas.

Controle através do MIP

Existem outras técnicas associadas ao manejo integrado de pragas que auxiliam no controle da cigarrinha do milho:

Monitoramento da praga:

Monitorar a presença da cigarrinha nas lavouras é essencial para entender o histórico do inseto na sua área. Através do monitoramento é possível prever com maior assertividade as aplicações de inseticidas químicos ou biológicos.

Híbridos resistentes:

É importante, no planejamento da safra, escolher híbridos de milho que apresentem resistência aos enfezamentos. Em geral, as plantas não são resistentes à cigarrinha e sim aos enfezamentos, que é o pior dano que ocorre pelo ataque do inseto. 

Controle cultural:

Um manejo muito importante é eliminar o milho tiguera, com no mínimo 2 semanas antes da semeadura. Essa planta permite a sobrevivência e multiplicação da cigarrinha e funciona como fonte de inóculo para doenças da cultura, como os enfezamentos. 

Vimos ao longo do texto, a importância de sabermos identificar a presença da cigarrinha do milho na lavoura. 

Não deixe de realizar os manejos de forma correta para aumentar a eficiência de controle da praga no seu cultivo.

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