Os biodefensivos estão ganhando cada vez mais espaço no mercado brasileiro. Seu uso traz diversos benefícios aos cultivos, além de contribuir para uma agricultura mais regenerativa.
Para otimizar o uso desses produtos é necessário que o agricultor se atente para as formas de aplicação desses produtos. Erros na aplicação podem impactar o controle das pragas e doenças e causar prejuízos para a produção.
Pensando nisso, separamos nesse material algumas dicas práticas que contribuem para a aplicação desses produtos na lavoura. Vamos a leitura!
Índice
Conheça a formulação
É fundamental conhecer o tipo de formulação dos biodefensivos. Esse é um fator fundamental no planejamento da aplicação. Dessa forma o risco de incompatibilidade de produtos e mistura é reduzido. A formulação é a forma física que a parte biológica ativa do produto é apresentada no mercado.
As formulações em geral são divididas como sólidas ou líquidas. As sólidas têm a vantagem de serem mais facilmente transportadas e armazenadas. No entanto, as líquidas apresentam a vantagem de ser mais facilmente misturada na calda de aplicação. Também são mais facilmente dosadas, facilitando no preparo do produto. Avalie os diferentes produtos e escolha o que mais se adequa na realidade do seu cultivo.
Armazene corretamente
O armazenamento é um dos fatores mais importantes na aplicação de biodefensivos. Os produtos devem ser armazenados em locais com boa ventilação, baixa umidade, sem luz solar direta, temperatura amena e longe de locais de armazenamento de alimentos ou rações.
Como a formulação dos biodefensivos é baseada em organismos vivos, não é recomendado armazenar grandes quantidades de produto. O ideal é adquirir os volumes que serão utilizados durante a safra. Isso irá evitar a perda de produtos ou aplicações sem efetividade, devido a perdas das características biológicas do material.
Entenda os biodefensivos compatíveis
Conhecendo a formulação de cada produto, será mais fácil entender os produtos que apresentam compatibilidade de mistura. É extremamente importante entender os produtos que não são compatíveis. Por exemplo, a maioria dos defensivos químicos são incompatíveis com biológicos na mistura de calda. Quando misturados juntos, o químico causará a inativação do biológico reduzindo ou anulando sua efetividade em campo.
Sabemos que o uso de inseticidas, fungicidas, nematicidas e herbicidas de diferentes grupos é comum no manejo dos cultivos. Entretanto, essa é uma prática que deve ser evitada no manejo biológico. Sempre fique atento ao tipo de mistura, salinidade da calda, toxicidade dos produtos utilizados, espécie de microorganismo aplicado e tempo de armazenamento da calda. Lembrando que produtos macrobiológicos (insetos e ácaros) não podem ser aplicados em forma de mistura/calda.
Escolha a melhor forma de aplicação dos biodefensivos
A qualidade e efetividade de aplicação de produtos biológicos vai depender de inúmeros fatores interligados. É importante observar o espectro das gotas, volume de aplicação, ajustes operacionais do pulverizador, condições meteorológicas, entre outros.
Quando tratamos de produtos que visam controle biológico é necessário que a praga-alvo entre em contato direto com o microorganismo. Por isso, a escolha do volume de calda e do espectro das gotas deve focar na promoção de cobertura adequada dos alvos. Dessa forma, as propriedades práticas do uso de biológicos é preservada.
Conclusão
Nesse texto, avaliamos a importância da aplicação correta de biodefensivos. Tão importante quanto conhecer a praga-alvo é conhecer as diferentes formulações dos produtos. Sempre siga a recomendação do fabricante, fique atento aos detalhes e dosagens de aplicação e não armazene biodefensivos em grandes quantidades. Mais do que estar melhorando a eficiência do produto, você estará contribuindo para o aumento de produtividade de seu cultivo!
Referências
OMOTO, C. Modo de ação de inseticidas e resistência de insetos a inseticidas. In: GUEDES, J. C.; COSTA, I. D.; CASTIGLIONI, E. (Org.). Bases e técnicas do manejo de insetos. Santa Maria: Pallotti, 2000. p. 31-49.
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RUEDELL, J. Tecnologia de aplicação de defensivos. Plantio Direto, v. 19, n. 6, p. 9-11, 2002.