Guia completo de altas produtividades no feijão

O cultivo do feijão apresenta grande importância na agricultura brasileira. Está presente em 27 estados, fazendo parte da alimentação diária de milhões de brasileiros. A produtividade da lavoura de feijão depende de uma série de fatores como clima, região, cultivar, manejo do solo, dentre outros. 

Como a produção exige uma demanda cada vez maior, investir nos manejos corretos é fundamental. Por isso, para auxiliar o produtor no ganho de produtividade de sua lavoura, montamos um guia completo com as melhores técnicas para o cultivo do feijão. Confira!

Índice

Manejo de Solo como aliado para alta produtividade no feijão

Para realizar manejar o solo é importante que o produtor se atente as características das três safras do ano:

  • Semeadura entre outubro e novembro: safra de verão ou “das águas”.
  • Semeadura entre fevereiro e março: safra outonar ou “da seca”;
  • Semeadura entre abril e junho: safra de inverno;

Sabendo disso, é o momento de adequar o cultivo ao solo.  De forma geral, o feijoeiro se adapta bem a diferentes características edáficas. Pode ser cultivado em texturas arenosas e argilosas. 

Uma característica importante é observar a drenagem do solo. A má drenagem favorece o ataque da semente por fungos e bactérias, diminuindo a emergência das plântulas. Já os solos muito compactados limitam a busca da planta por água e nutrientes. Isso ocorre, pois, o feijoeiro apresenta um sistema radicular modesto. 

O preparo do solo pode ser convencional, com uso de arados e grades para revolvimento do solo. Através de preparo reduzido, que utiliza um menor número de operações, a fim de evitar a erosão. Ou por semeadura direta, que visa não revolver o solo e manter a cobertura vegetal. Esse é o manejo do solo mais recomendado para a cultura.

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A semeadura direta é o manejo de solo mais indicado para o cultivo do feijão. Preserva as características físico-químicas do solo, além de aumentar a produtividade.

Condições Climáticas

O feijoeiro pode ser cultivado em todas as regiões do Brasil. Não é muito exigente quanto a temperatura de desenvolvimento. A faixa considerada ótima para cultivo fica entre 20 e 22º C, que são essenciais para a efetividade do florescimento. Já as temperaturas críticas ficam entre os 15 e 29º C. 

Temperaturas abaixo dos 15º C podem reduzir ou atrasar a germinação e a emergência de plântulas. Esse fator, pode acarretar perdas de produtividade. As altas temperaturas prejudicam o florescimento do feijoeiro. Quando ficam acima dos 29ºC podem provocar abortamento de flores e esterilização do pólen. 

Escolha da cultivar para ter alta produtividade no feijão

O grão de feijão apresenta uma grande variedade de tipos, tamanhos e padrões. Por isso, ao planejar a semeadura é preciso levar em conta as preferências do consumidor da região que será produzido. É necessário que a cultivar tenha as características de grão e vagem, que atendam às exigências de comerciantes e consumidores.

Alguns pontos importantes no momento da escolha da cultivar são suas exigências edafoclimáticas, tipo de hábito de crescimento, produtividade e resistência a pragas e doenças. Além desses é importante se atentar para o tipo de ciclo, se é precoce, médio ou tardio; arquitetura da planta, porte ereto, semi ereto, semi prostrado ou prostrado; resistência a pragas e doenças; e, tipo de produção, grãos secos ou feijão verde.

Na tabela abaixo, podemos observar as principais cultivares de feijão e suas características:

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Fonte: Seprotec Sementes

Tratamento de Sementes

O tratamento de sementes consiste em aplicar defensivos químicos e/ou biológicos às sementes para controle de pragas e doenças. Dessa forma, é um manejo preventivo que assegura que a plântula irá se desenvolver sem dificuldades. Por exemplo, a antracnose, a bacteriose e a mancha angular são doenças comuns na cultura do feijão. Todas elas podem ser combatidas com o tratamento correto. 

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A técnica é considerada uma das medidas fitossanitárias mais eficientes, potencializa a genética e protege as sementes de danos desde seu primeiro contato com o solo. Também contribui para o desenvolvimento de uma lavoura uniforme e com maior força de enraizamento. 

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O tratamento de sementes protege a lavoura desde o seu estágio inicial, prevenindo danos futuros.
Fonte: AgroPós

Espaçamento e densidade como fator para alta produtividade no feijão

De forma geral, o espaçamento recomendado é de 40 a 50 cm entre linhas de plantio e densidade de 10 a 15 sementes por metro. Assim, a média da população de plantas fica entre 200 e 375 mil plantas por hectare. 

Já em áreas com presença de moço branco, é indicado utilizar espaçamento entre linhas de plantio de 50 a 60 cm e menor densidade de plantio. Dessa forma, ocorre maior circulação de are entre as plantas, auxiliando no controle da doença.

Conclusão

Para garantir a produção e aumentar a produtividade é fundamental que o produtor conheça as principais características da produção de feijão. Realizando um planejamento correto é possível evitar que o cultivo sofra com as intempéries. 

Apesar da cultura do feijão se adaptar às diferentes regiões do Brasil, sua instalação deve seguir as recomendações técnicas de cada zona de produção. É importante planejar o ciclo da cultura seguindo os métodos produtivos mais adequados. 

Referências

ARAÚJO, R.S.; RAVA, C.A.; STONE, L.F.; ZIMMERMANN M.J. Cultura do feijoeiro comum no Brasil. Piracicaba: Associação Brasileira para Pesquisa de Potassa e do Fosfato, 1996. 786p.

AZEVEDO, J.A.; SILVA, E.M.; RODRIGUES, G.C.; GOMES, A.C. Produtividade do feijão de inverno influenciada por irrigação, densidade de plantio e adubação em solo de Cerrado. Planaltina, Embrapa Cerrados. 2008. 3p.

COBUCCI, T.; NASCENTE, A.S.; MACHADO, A.A.; OLIVEIRA, K.G.B.; PEREIRA FILHO, C.R.; CARVALHO, A.B.A. Efeito da densidade de plantio na produtividade do feijoeiro comum, cultivares pérola e BRS horizonte. Campinas, Instituto Agronômico, p.1365-1367, 2008. (Documentos 85).

DIDONET, A.D. Ecofisiologia e rendimento potencial do feijoeiro. In: DEL PELOSO, M.J.; MELO, L.C. (Eds.). Potencial de rendimento da cultura do feijoeiro comum. Santo Antônio de Goiás, Embrapa Arroz e Feijão, p.9-37. 2005.

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