Todas as lavouras estão suscetíveis a dinâmica do ambiente em que estão inseridas, que em vários momentos da safra podem acarretar condições de estresse para a soja, sejam eles bióticos ou abióticos. No campo, o estresse pode ser identificado como características pertinentes ao ambiente de produção que implicam na redução de produtividade na lavoura.
Contudo, é necessário uma visão holística do sistema de produção e entender que a redução de produtividade é variável e depende da interação de alguns fatores, como o genótipo, fenótipo e intensidade de fatores de estresse da soja, sejam eles bióticos ou abióticos.
Índice
Estresse biótico
Estresse biótico é causado por organismos vivos, como microrganismos, insetos e plantas invasoras. Para exemplificar esse tipo de estresse da soja, podemos citar o ataque de patógenos de solo que desencadeia doenças, ataque de fungos patogênicos, desfolha causada por lagartas e até mesmo a competição por água e nutrientes com plantas invasoras.
Estresse abiótico
O estresse abiótico por sua vez é desencadeado por condições físicas e químicas do ambiente, bem como condições ambientais adversas ao desenvolvimento da cultura. Os fatores abióticos podem ser caracterizados por deficiência hídricas, irradiação, solo compactado, teores insatisfatórios de nutrientes, entre outros fatores.
Prejuízos causados por condições de estresse para soja
Para começar a entender sobre os prejuízos que condições de estresse podem impactar no desenvolvimento e produtividade, precisamos entender que seja qual for o fator, condição ambiental ou organismo, o prejuízo vai depender da quantidade e intensidade que aquele determinado fator, ou o conjunto deles, está presente na lavoura.
No campo dificilmente será observada uma situação de estresse isolada e é importante ficar atento(a) principalmente na interação entre eles. Por exemplo: Nematoides isoladamente já são capazes de gerar prejuízos de produtividade, quando há incidência de doenças de solo na área esses prejuízos se tornam bem mais acentuados, uma vez que os danos causados pelos nematoides nas raízes das plantas facilitam a entrada de patógenos, neste caso tivemos a junção de dois fatores de estresse bióticos.
Pensando em um outro cenário, de duas condições abióticas de estresse, temperatura (ºC) excessivamente elevada e baixa disponibilidade hídrica. Condições que poderiam levar o produtor a perder parte do plantio, quando a soja está nos estádios fenológicos iniciais, ou até reduzir drasticamente o enchimento de grãos.
Por fim, vamos visualizar uma condição extremante prejudicial ao rendimento da safra – a união dos quatro fatores de estresse citados acima – e que infelizmente não é difícil de ocorrer nas lavouras do Brasil. Na verdade, é mais raro encontrar lavouras que não estão propensas a esse cenário.
Uma estratégia cada vez mais debatida por especialistas é buscar o equilíbrio do sistema, que após safras de cultivo, foi tornando o ambiente de produção cada vez mais degradado.
Esse assunto, foi muito debatido na LIVE TÉCNICA REGENERA (Clique e confira), pelo Prof. Dr. Antônio Fancelli (ESALQ/USP) e Prof. Dr. Fernando Dini Andreote.