A presença de nematoides na soja afetam drasticamente o seu desenvolvimento, resultando em perdas consideráveis para o setor. Colonizam as raízes e, por isso, sua ocorrência preocupa, pois não é possível observar o início da infestação, nem a chegada da praga no campo. No artigo de hoje separamos as principais informações que você precisa saber sobre nematoides na soja.
Índice
Impacto do nematoides na soja
Nematoides são microrganismos que se alimentam diretamente do sistema radicular da soja, interferindo diretamente nos processos fisiológicos e comprometendo o desenvolvimento vegetativo, o reprodutivo e por consequência a produtividade. Podem causar perdas em pequenas áreas ou em casos mais severos inviabilizar a área de uma propriedade.
Principais espécies de nematoides na soja
Os sintomas nas plantas são praticamente os mesmos para todas as espécies. No entanto, com uma análise detalhada das raízes é possível identificar o dano realizado por cada espécie. Os nematoides de maior ocorrência entre os cultivos estão descritos a seguir:
Meloidogyne incógnita e M. javanica (nematóide das galhas)
São as espécies mais conhecidas, sua principal característica é a formação de galhas nas raízes, que se assemelham a “tumores” nas raízes causadas diretamente pela infecção do verme. O transporte de água e nutrientes é diretamente afetado nesse caso.
Heterodera glycines (nematoide de cistos)
Os sintomas principais estão associados ao estresse e deficiências nutricionais, por as fêmeas do verme se alimentam diretamente das raízes. É muito comum do cultivo da soja, deixando a planta com aspecto clorótico e atrofiado. Podem ser observados nas raízes, por pontos de coloração branca e amarelada.
Pratylenchus brachyurus (lesões radiculares)
Presente em gramíneas e leguminosas, quando a planta é atacada apresenta a característica de raízes finas e escurecidas.
Rotylenhulus reniformis (reniforme)
Sua infecção deixa as raízes com aspecto “fraco” e sua característica principal é a formação de massa de ovos nas raízes mais finas (Fig.4).
Monitoramento de nematoides na soja
A detecção dos nematoides no campo ocorrem principalmente através da ocorrência dos sintomas já mencionados, que ocorrem em reboleiras. Após o registro destes sintomas deve-se arrancar 3-7 plantas e observar o sistema radicular.
Quando atacadas por nematoides, as raízes apresentam nódulos (cistos) que armazenam cerca de 300 ovos e permitem a sobrevivência do verme por até oito anos no solo, sem a cultura hospedeira (fig.5).
Para realizar o monitoramento preventivo, antes do aparecimento dos sintomas, a observação das raízes deve ser realizada da mesma forma, após um período de 25-45 dias após a semeadura em cada uma das áreas homogêneas da propriedade.
A amostragem de solo e envio para laboratórios especializados, também permite realizar uma detecção mais apurada. Para fazer a análise deve-se realizar a coleta de solo, com 0 a 30 com de profundidade, em forma de V (fig. 6).
Controle biológico de nematoides
O controle biológico tem se destacado cada vez mais como uma excelente opção de manejo. Além de serem produtos economicamente viáveis, atuam na conservação do ecossistema no solo, aumentando a qualidade da rizosfera. Abaixo seguem as principais espécies para controle biológico de nematoides na soja:
- Pochonia chlamydosporia: fungo que parasita e mata ovos e fêmeas.
- Paecilomuces lilacinus: fungo parasita de ovos, afeta a capacidade reprodutiva dos nematoides.
- Trichoderma harzianum: fungo capaz de combater o nematoide das lesões, e diminuir sua infestação e danos na planta.
- Bacillus amiloliquefaciens: bactéria utilizada no tratamento de sementes que evita que o nematoide reconheça as raízes.