Soja orgânica: Mitos e verdades sobre a produção

O mercado consumidor está em constante mudança. É crescente o consumo de produtos orgânicos pela população. Neste cenário, a demanda por soja orgânica tem aumentado significativamente. Cultivada livre de produtos químicos como herbicidas, fungicidas e inseticidas, será que é possível atingir produtividades satisfatória e economicamente interessantes?

Para ser considerado orgânico, a produção precisa conter um selo de garantia emitido por uma empresa certificadora. O selo indica que o produto foi cultivado dentro dos critérios de produção e garante sua qualidade. Para sua obtenção é necessário que o produtor fique atento aos manejos e regras da produção.

Muitas são as dúvidas sobre produção de soja orgânica. Em geral, produtores ainda encontram dificuldade em entender as diferenças e vantagens neste tipo de produção. Para ajudar nisso, nós separamos alguns MITOS e VERDADES sobre a produção orgânica da soja. Acompanhe!

Índice

A transição do convencional para a soja orgânica é lenta?

VERDADE! Considerando todas as adequações necessárias no cultivo, a transição dura no mínimo um ano. No entanto isso varia muito de acordo com a produção e os manejos de preparo da área que foram realizados nas safras anteriores. Quanto mais os produtores conhecerem e aplicarem os manejos corretos para suas áreas menores será o tempo de transição.

Já nos primeiros anos de transição, no primeiro ano o produtor pode vender os grãos como não transgênicos, que já apresenta vantagem competitiva. No segundo ano já pode vender para o mercado europeu e no terceiro para o mercado americano. As vantagens no mercado são muitas para produção de soja orgânica.

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A produção de soja orgânica apresenta vários desafios em sua transição. No entanto, quanto maior o conhecimento aplicado e manejos corretos desenvolvidos, mais rápido o produtor terá um produto de alto valor agregado no mercado.

Custo de produção com a soja orgânica é maior?

DEPENDE! De forma geral, a soja orgânica é um bom investimento para pequenos produtores rurais, pois como é livre de produtos químicos e não depende do uso de pacotes tecnológicos. No entanto, o custo de produção pode variar de acordo com a área produtiva e manejos adotados. Dados da Federação de Agricultura de Goiás (Faeg), mostram que, por exemplo, os gastos com insumos químicos são 114% maior do que o custo de bioinsumos. Considerando estes dados, a soja com tratamento químico é 26% mais cara que a orgânica. 

A falta de tecnologia e dificuldade em encontrar insumos para a produção orgânica, pode sim encarecer o processo. Entretanto, conhecer os recursos disponíveis na propriedade e adotar as tecnologias adequadas, possibilita ao produtor diminuir custos e garantir a sustentabilidade de todo o processo. 

Não é possível atingir alta produtividade sem uso de fertilizantes químicos?

MITO! Existem outras formas de manter o solo com boa fertilidade, sem fazer uso de fertilizantes químicos. A adubação verde, por exemplo, contribui para a ciclagem de nutrientes e favorece sua disponibilidade através da decomposição da matéria orgânica. Já a inoculação com bactérias Rhizobium permite a fixação biológica do nitrogênio, aumentando a disponibilidade do nutriente para a planta. A associação da leguminosa com bactérias Azospirillum aumenta a área radicular. Isso acarreta maior aproveitamento dos nutrientes presentes no solo e vigor das plantas.

As produções não são todas iguais?

VERDADE! Não existe uma regra fixa ou manual para produção de soja orgânica. O agricultor precisa entender as características da região, solo, clima e histórico de infestação de pragas e doenças. Em geral, é necessário muito conhecimento em ferramentas de manejo para adequar o que mais se encaixa na propriedade. A mão-de-obra humana é muito utilizada neste tipo de cultivo, desde controle de daninhas através de capinas, até monitoramento de pragas através da avaliação de armadilhas distribuídas no campo. 

Utilizar somente insumos biológicos garante a certificação?

MITO! Os insumos biológicos são fortes aliados na produção orgânica. No entanto, somente seu uso não é suficiente para a certificação. As certificadoras não levam somente os manejos e modo de produção para certificar a soja orgânica. Os fatores econômicos, ambientais e sociais envolvidos no processo são amplamente avaliados e devem estar em conformidade com as normas. É recomendado que os produtores que tenham interesse de produzir soja orgânica, procurem orientação inicial em instituições de certificação.

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