As bactérias dos gêneros Bradyrhizobium e Azospirillum são microrganismos vivos, que atuam em simbiose com as plantas desempenhando um importante papel na absorção de nutrientes, neste caso, o nitrogênio. Com o uso intensivo do solo, a previsão é que nos próximos anos, ocorrerá um incremento do uso de fertilizantes no Brasil.
No entanto, o mercado brasileiro de fertilizantes é frágil e depende das importações de insumos.
É fundamental que o produtor esteja preparado para o uso de tecnologias alternativas, que sejam mais eficientes que fertilizantes, ou possam substituí-los.
Auxiliam diretamente no desenvolvimento de cultivos agrícolas e na produtividade. Veremos suas principais características a seguir:
Índice
Bradyrhizobium como fixadora de nitrogênio
São organismos que estabelecem relações de simbiose com plantas leguminosas e auxiliam na captação do nitrogênio do ar e transformação em nutrientes para a planta.
São conhecidos como rizóbios e o gênero Bradyrhizobium, é um dos mais conhecidos e utilizados. O uso desta bactéria substitui adubações nitrogenadas e proporciona ótimos resultados de produtividade no campo.
Sua simbiose ocorre em plantas leguminosas e seu uso mais abundante ocorre na cultura da soja.
Azospirillum como promotora de crescimento
Favorece o crescimento das plantas através do aumento da fixação biológica de nitrogênio, produção de hormônios, solubilização de fosfato e no controle biológico de patógenos.
Possuem vida livre nos solos e são encontradas naturalmente em quase todos os continentes.
Se desenvolvem dentro ou fora das raízes tanto de gramíneas como das leguminosas.
Quais os benefícios do uso de Bradyrhizobium e Azospirillum?
O principal benefício do Bradyrhizobium é a fixação biológica de nitrogênio, reduzindo ou excluindo a adubação nitrogenada no cultivo. Com isso, o produtor consegue manter a produtividade reduzindo seu custo com adubação.
Estas bactérias também contribuem diretamente para a formação da planta, tanto a parte vegetativa quanto a reprodutiva e aumentam a produtividade em solos com deficiência de nutrientes.
Além disso, o uso de plantas produzidas com inoculação de Bradyrhizobium permite a ciclagem de nutrientes quando usadas como adubo verde, beneficiando a cultura subsequente (Fig 1).
As bactérias do gênero Azospirillum aumentam o sistema radicular e o volume do solo explorado e influenciam diretamente na nodulação da soja e na eficiência de absorção de nutrientes (Fig.2).
O uso destes organismos também apresenta bons resultados quando inoculados em gramíneas. A utilização da bactéria em milho, por exemplo, apresenta resultados na produtividade e aumento do rendimento de grãos.
Como podemos observar, as bactérias destes dois gêneros trazem diversos benefícios para as plantas.
Além disso, estudos tem mostrado que a associação de Bradyrhizobium e Azospirillum, quando utilizados em conjunto aumentam a eficiência de desenvolvimento das plantas, em um processo conhecido como coinoculação.
Coinoculação de Bradyrhizobium e Azospirillum
O uso combinado das bactérias proporciona efeitos benéficos para as plantas devido à sua capacidade de estimular a produção de hormônio vegetais de crescimento e maior desenvolvimento das raízes.
Seu uso em simbiose aumenta a eficiência do uso de fertilizantes, a entrada de nitrogênio através da fixação biológica e representa uma estratégia economicamente viável.
Na imagem abaixo, podemos observar o resultado no desenvolvimento de plantas de soja, que foram coinoculadas (Fig. 3).
Cuidados fundamentais
Ao optar por inocular as áreas de cultivo com Bradyrhizobium e Azospirillum é importante que o produtor tome alguns cuidados para conseguir a máxima eficiência.
- Adquirir inoculantes dentro do prazo de validade;
- Realizar a inoculação antes da semeadura;
- Evitar expor os inoculantes ao sol e temperatura elevada;
- Seguir as recomendações do fabricante para inoculação em sulco ou diretamente na semente;
- Ter cuidados redobrados quando a inoculação for realizada junto com a aplicação de fungicidas nas sementes, o ideal é adquirir sementes com qualidade sanitária certificada, para que a aplicação de defensivos na semente seja mínima.
Leonardo é formado em Administração com ênfase em Agronegócios pela Universidade Estadual Paulista – “Júlio de Mesquita Filho”. Atualmente é aluno do MBA de Agronegócios da ESALQ/USP. Trabalha como Analista de Operações da Gênica – Inovação Biotecnológica.
Um pensamento em “Bradyrhizobium e Azospirillum: o que são, sinergia e importância.”