O Brasil consome mais de 250 mil sacas de feijão por dia e a produção irrigada tem papel fundamental nisso. O cultivo do feijão irrigado está crescendo muito no país, pois a tecnologia permite que a oferta do produto seja regular e melhora a qualidade do produto.
No entanto, o controle de insetos prejudiciais ao cultivo deve ser efetivo, para se evitar perdas desnecessárias associadas ao ataque destas pragas. Uma das principais espécies associadas ao cultivo de feijão é a mosca-branca.
Atualmente, o controle biológico desta praga apresenta bons resultados e é uma ferramenta de manejo sustentável disponível ao produtor.
Índice
Características da praga
A mosca-branca é um inseto sugador de seiva do gênero Bemisia, pode ser encontrada no mundo todo e a espécie mais conhecida no Brasil (Fig.1, 2). Bemisia tabaci (biótipo b) é a espécie mais conhecida, e seus danos podem chegar a 100% de perda de produtividade no cultivo do feijão.
É um inseto que apresenta metamorfose incompleta passando pelas fases de ovo, ninfa (quatro estádios) e adulto.
As ninfas e os adultos possuem o aparelho bucal do tipo picador-sugador e nessa fase o inseto irá causar os danos diretos (veja a seguir).
É uma praga bastante agressiva, pois apresenta alta capacidade de sobrevivência devido sua característica cosmopolita, se adapta à condições adversas de clima, apresenta alto potencial reprodutivo e dificuldade de controle.
Como o plantio do feijão irrigado é realizado na entressafra ou sem segunda safra coincide com um período de alta pressão da praga no campo e muitas vezes sucede a cultura da soja, aumento os índices populacionais e o risco de perdas.
Os danos causados pela mosca-branca no feijão podem ocasionar 100% de perda.
Danos diretos e indiretos
Os danos diretos estão associados diretamente à alimentação das ninfas e adultos que sugam a seiva e injetam toxinas na planta. Os sintomas do ataque estão aparecem como pontuações amareladas que podem evoluir para o secamento total das folhas (Fig.3).
Já os danos indiretos são os mais preocupantes, pois estão relacionados a transmissão de viroses, sendo que a principal doença associada ao cultivo do feijão irrigado é o vírus do mosaico dourado (Bean Golden mosaic vírus – BGMV) ou o Cowpea mild mottle vírus – CpMMV que podem ocorrer em cultivares convencionais e também nas resistentes ao mosaico dourado.
Quando as plantas são infectadas por esses vírus apresentam menor desenvolvimento, porte reduzido, folhas retorcidas e encarquilhadas e com clorose (mosaico) (Fig. 4).
Neste caso a moca-branca atua como um vetor, que carrega o vírus e ao inserir seu aparelho bucal na planta, acaba injetando o vírus que irá infectar a planta.
Outro dano indireto é a liberação de “honeydew”, substância açucarada liberada pela praga que favorece o desenvolvimento de fungos patogênicos.
A massa escurecida produzida pelos fungos sob as folhas é conhecida como fumagina e reduz a capacidade fotossintética das folhas, comprometendo e o potencial produtivo da planta e reduzindo produtividade (Fig.5).
Controle biológico da mosca-branca no feijão
Para controle da mosca-branca de forma biológica é possível fazer uso do fungo entomopatogênico Beauveria bassiana.
Quando os esporos do fungo são aplicados, eles contaminam o inseto, pois penetram nos seus orifícios respiratórios, colonizam os órgãos internos e matam a praga.
O processo entre infecção e morte dura entre dois a sete dias. Para fazer uso da Beauveria é importante o produtor aplicar a concentração certa de esporos do fungo do produto comercial e aplicar seguindo as recomendações de temperatura e umidade do ar.
O Bouveriz®WP é um microbiológico à base de Beauveria bassiana que controle de forma eficiente a mosca-branca. Pode ser utilizado em todas as culturas onde a espécie esteja presente com eficiência agronômica comprovada para o cultivo de algodão.
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Leonardo é formado em Administração com ênfase em Agronegócios pela Universidade Estadual Paulista – “Júlio de Mesquita Filho”. Atualmente é aluno do MBA de Agronegócios da ESALQ/USP. Trabalha como Analista de Operações da Gênica – Inovação Biotecnológica.