O Brasil é um dos principais produtores de milho (Zea mays) do mundo, possui lavouras do grão espalhadas por todas as regiões produtoras do país e diversas cultivares no mercado. Pensando nisso, nós reunimos neste artigo as três principais doenças foliares do milho e o que você precisa saber para combatê-las.
O milho pode ser produzido em safra e safrinha, incrementa a renda de diversos agricultores e é utilizado em rotação de cultivos e, principalmente, na sucessão com a soja.
Por estar sempre no campo, tem-se observado um aumento na pressão de inóculo de diversas doenças foliares do milho.
Para poder manejar corretamente essas ameaças é fundamental conhecer os principais patógenos associados ao cultivo de milho.
Índice
Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis)
O que causa?
A doença foliar do milho ‘Cercosporiose’ também conhecida como mancha de cercosporiose ou mancha cinzenta da folha do milho é causada pelo fungo Cercospora zeae-maydis.
É uma das doenças foliares do milho de maior importância e em condições favoráveis pode provocar perdas superiores a 80%.
Como ocorre a disseminação?
Principalmente através de esporos e restos culturais que são levados pelo vento, materiais contaminados, maquinários e até mesmo pelo trânsito de pessoas na lavoura.
Por isso, não deixe resquícios de plantas infectadas na área após a colheita. Assim você consegue reduzir a propagação da doença no cultivo.
Quais as condições ideais para desenvolvimento?
O fungo se desenvolve muito bem em temperaturas entre 22 e 30ºC, necessitando também de períodos de molhamento foliar, além disso a umidade relativa do ar superior a 90% é considerada favorável.
Quais são os sintomas e danos?
Os sintomas típicos da doença são manchas de coloração cinza, retangulares, que se desenvolvem em paralelo às nervuras (Fig.1).
Os sintomas são observados principalmente nas folhas mais velhas. Em casos mais severos as plantas podem sofrer acamamento, sofrer queima excessiva das folhas e ficam mais predispostas a infecções por outros patógenos, aumentando a severidades dos danos.
Como controlar?
Principalmente utilizado variedades resistentes e evitando que restos culturais fiquem nas áreas em que a doença foi registrada.
Mas fique atento!
Outros manejos também podem auxiliar na redução da incidência das doenças, como rotação de culturas com plantas, pois o milho é o único hospedeiro da doença.
Além disso, a adubação correta evita desequilíbrios nutricionais e garante a produção de plantas mais sadias e menos suscetíveis a doença.
O cultivo de variedades diferentes também é indicado, pois reduz a possibilidade de resistência da doença.
O uso de fungicidas também é indicado, no quadro abaixo você pode encontrar as principais moléculas encontradas no mercado (Fig.2).
Ferrugem Polissora (Puccinia polysora)
O que causa?
A doença foliar do milho ‘Ferrugem Polissora’ é causada pelo fungo Puccinia polysora, é considerada uma doença muito agressiva e pode causar perdas de produtividade de até 65%.
Como ocorre a disseminação?
Como os esporos do fungo são pequenos e circulares se aderem facilmente nas roupas de quem transita pela lavoura, e podem ser vistas em pequenas pontuações amarelas e douradas, como se fossem um “pó” nos tecidos. Essa é a principal forma de propagação da doença.
Quais as condições ideais para o desenvolvimento?
Se desenvolve muito bem em regiões com altitudes abaixo de 700 m e temperaturas mais elevadas, entre 25 e 35°C. Períodos com muita umidade também aumentam o desenvolvimento da doença.
Nas regiões centro-oeste e sudeste, a ferrugem ocorre durante todo o ano, mas aumenta sua incidência na segunda quinzena de novembro e janeiro.
Quais são os sintomas e danos?
Inicialmente a doença se apresenta nas folhas mais baixas e se caracteriza por pústulas ovais de coloração amarelada ou dourada na folha (Fig. 3).
Os principais danos da Ferrugem Polissora estão associadas a redução da área foliar, redução do vigor e do peso dos grãos, morte precoce de plantas e acamamento das plantas.
Como controlar?
A principal forma de controle é o uso de variedades resistentes, no entanto, também é recomendado o uso de fungicidas para o controle dos esporos.
Mancha Branca (Phaeosphaeria maydis)
O que causa?
A doença foliar do milho Mancha Branca é causada pelo fungo Phaeospheria maydis. As perdas com essa doença em milho podem chegar em 60% em regiões e plantas favoráveis a doença.
Como ocorre a disseminação?
Se dissemina principalmente através de restos culturais deixados após a colheita principalmente pelo vento e respingos de chuva.
Quais as condições ideais para o desenvolvimento?
Seu desenvolvimento é favorecido por temperaturas noturnas amenas (15 a 20°C), umidade relativa elevada e chuvas.
Quais os sintomas e danos?
Os sintomas mais comuns são pequenas áreas na parte superior da folha com coloração verde pálido ou cloróticas, que a medida que crescem se tornam esbranquiçadas (Fig. 5).
Em condições de ataque muito severo, os sintomas da doença podem ser observados na palha da espiga.
Uma curiosidade é que apesar das plântulas também serem infectadas, os sintomas não são visíveis nas mesmas.
Por isso monitore sua lavoura em todas as fases e constantemente!
Como controlar?
A principal estratégia de controle é o uso de materiais resistentes, plantio antecipado para evitar o inóculo e utilização de fungicidas.
Além disso, rotação de culturas e eliminação dos restos culturais após a colheita, diminuem o risco de disseminação e incidência da doença.
Abaixo segue a lista de fungicidas indicados para o controle da doença (Fig.6).