Mosca-branca no algodão: o que você precisa saber

A mosca-branca (Bemisia tabaci) é um inseto polífago que causa perdas severas no cultivo de algodão.

Está se expandindo em diversas regiões principalmente pela ocorrência das pontes verdes, pois a praga também é hospedeira dos cultivos de soja, feijão e algodão.

No início do ciclo a espécie impede o crescimento das plantas e no final pode contaminar a fibra do algodão.

Se você cultiva algodão deve já deve ter se deparado com esta praga na lavoura. Por isso separamos nestes artigo informações valiosas para conhecer e combater a espécie.

Siga com a gente e conheça, quais são as principais características da espécie, danos, e qual a melhor forma de detecção e controle.

Índice

Características

A mosca branca, possui um tamanho de 1 a 2 mm, que levam esse nome por ter um aspecto semelhante a uma mosca (Fig. 1).

São sugadores de seiva e bastante cosmopolitas, estão presentes em todos os continentes agriculturáveis.

A fêmea é, em geral, maior que o macho e sua longevidade total do ciclo pode chegar até 19 dias.

Este rápido desenvolvimento permite, que ocorram várias gerações do inseto em uma única safra.

As ninfas (inseto no período juvenil) ficam fixas nas folhas sugando a seiva e apresentam um aspecto translúcido (Fig. 2).

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Fig.1: Fêmea e macho de mosca-branca
Fonte: US Department of Agriculture
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Fig.2: Ninfas de mosca-branca
Fonte: Embrapa Hortaliças

Para completar seu ciclo a espécie passa pelo períodos de ovo, ninfa, pupa e adulto (Fig. 3). De forma geral, preferem se fixar na parte abaxial das folhas, onde encontram abrigo e alimento (Fig. 4).

Os períodos secos favorecem a dispersão da praga, e por isso, os picos populacionais são mais frequentes na estação seca.

São insetos bastante ativos, o que permite que se dispersem em curtas e longas distâncias através das correntes de vento.

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Fig.3: Ciclo de vida da mosca-branca.
Fonte: Biobest Biological Systems
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Fig.4: Adultos e ninfas de mosca-branca em folha de algodão.
Fonte: Canal Rural

Danos diretos e indiretos na cotonicultura

Seus danos diretos estão relacionados à sucção da seiva pela introdução do aparelho bucal nos tecidos da folha.

Tanto adultos, como ninfas apresentam este hábito alimentar, causando redução no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta e na produtividade.

As folhas atacadas ficam amareladas e secam, sendo este o principal sintoma do ataque da praga.

Além disso, durante a alimentação produzem uma substância açucarada conhecida como “honeydew”, no qual, algumas espécies de fungos utilizam para se desenvolvem causando a fumagina.

A fumagina ataca ramos, folhas e frutos e diminui a capacidade fotossintética da planta, prejudica a qualidade das fibras e dificulta a colheita.

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Formação de fumagina na pluma
Fonte: Paulo E. Saran

No entanto, seu principal dano a planta de algodão é indireto. Por ter o hábito alimentar de sucção, é um eficiente vetor de viroses.

A virose mais conhecida é o mosaico comum do algodoeiro (Begomovirus). A doença causa manchas cloróticas inicialmente isoladas, tornando-se avermelhadas a medida que a planta se desenvolve.

As plantas atacadas por este patógeno apresentam redução de porte e podem se tornar estéreis, podendo acarretar reduções de até 50% na produtividade.

Como detectar a mosca-branca

A melhor forma de detecção é o monitoramento. Por ser uma praga polífaga, a mosca-branca deve ser monitorada em todos os cultivos desenvolvidos na área, pois pode migrar de um cultivo para outro.

O monitoramento no algodão deve ocorrer durante todo o ciclo, sendo a avaliação visual a melhor forma de realiza-lo. É importante detectar ninfas e adultos nas folhas, principalmente na parte abaxial.

A praga aparece principalmente em reboleiras e bordaduras, regiões onde são registradas os maiores índices populacionais.

Ainda não existe um nível de controle para a mosca-branca, por isso o monitoramento constante é a base para a tomada de decisão.

Realizando o Controle da mosca-branca

Os manejos mais indicados para o controle são: rotação de culturas, controle de plantas invasoras, realização de vazio sanitário (quando possível), dessecação antecipada, controle químico e biológico.

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Atualmente existem 56 produtos químicos registrados para o controle da mosca-mosca em algodão no Brasil, na maioria neonicotinoide e piretroides (AGROFIT, 2019).

No entanto o fungo Beauveria bassiana tem apresentado excelentes resultados no controle da mosca-branca.

O Latria® é um microbiológico à base de Beauveria bassiana que controle de forma eficiente a mosca-branca. Pode ser utilizado em todas as culturas onde a espécie esteja presente com eficiência agronômica comprovada para o cultivo de algodão.

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