Estudos recentes têm focado no desenvolvimento de novas variedades de milho resistentes ao enfezamento (pálido e vermelho). Como recentemente publicado pelo Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) que desenvolveram uma variedade de milho inoculada por bactérias, capaz de atuar contra a doença.
Mas, por que o enfezamento causa tanta preocupação entre produtores e pesquisadores? O que o produtor pode fazer para prevenir seu cultivo?
Dando seguimento na Série Milho aqui no Agroinovadores, vamos conhecer mais sobre o enfezamento do milho e como o conhecimento da doença pode garantir uma boa safra.
Índice
Enfezamento Pálido e Vermelho
Pode ser pálido quando causado por um espiroplasma (bactérias formadoras de colônias) o Spiroplasma kunkelli (Fig.2); e o vermelho quando causado por fitoplasma (causa desequilíbrio hormonal na planta), o Maize Bushy Stunt Phytoplama (Fig.3).
Os molicutes afetam consideravelmente o desenvolvimento, a nutrição e a fisiologia das plantas infectadas e consequentemente a produtividade.
Os principais sintomas ocorrem na fase de produção e são:
- Descoloração ou clorose na planta (enfezamento pálido)
- Coloração avermelhada (enfezamento vermelho)
- Plantas pequenas
- Espigas pequenas
- Espigas sem grãos
- Grãos “Chochos”
- Crescimento ineficiente das raízes
- Tombamento
- Presença de brotos as axilas das folhas e no colmo
Foto: Liliane Castelões
Foto: Liliane Castelões
Foto: Elizabeth Sabato
Segundo a Embrapa (assista o vídeo logo abaixo para saber mais), os sintomas ocorridos na planta dependem de fatores diversos como a cultivar de milho utilizada, a época no qual a planta foi inoculada e as condições ambientais.
Como prevenir o enfezamento do milho
A prevenção começa pelo conhecimento. É muito importante o produtor saber se o enfezamento ocorre em sua região.
Pois, a presença da doença significa a presença de cigarrinhas vetoras infectadas, que podem migrar entre as lavouras e transmitir a doença.
É recomendado não realizar novos plantios de milho em áreas com registro de enfezamento, para que não exista infecção da lavoura.
Além disso, sincronizar a época de plantio do milho com outros produtores da região dilui a quantidade de cigarrinhas e diminui o risco com infecção.
A rotação de culturas e de variedades diminui a presença do inseto vetor e os riscos com resistência da doença.
Eliminar as plantas invasoras, restringe as chances de desenvolvimento tanto da cigarrinha quanto da doença, sendo um manejo importante no controle dos patógenos.
Como controlar
Os principais métodos para controle do enfezamento são os culturais.
Em regiões de cultivo sucessivo do milho, é recomendado realizar uma pausa para a diminuição e/ou eliminação das cigarrinhas e da doença na área.
O uso de variedades resistentes ao enfezamento é altamente recomendada, sempre atentando para aquela que se adequa melhor as condições climáticas de cada região.
Realizar o tratamento prévio de sementes também é indicado, pois é uma das principais estratégias para proteção inicial da cultura contra possíveis ataques.
É um manejo fundamental dentro do programa de manejo de proteção de plântulas, pois quanto mais jovem for o milho, maior são os danos causados pela transmissão dos patógenos.
Para controle da cigarrinha é recomendado a aplicação de neonicotinoídes, principalmente na fase inicial do desenvolvimento, onde as plantas estão mais suscetíveis a infecção.
Além disso, a aplicação do biológico Beauveria bassiana também tem apresentado resultados satisfatórios no controle.
Conhecer e prevenir é a melhor forma de eliminar riscos com doenças em sua lavoura.
REFERÊNCIAS
Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE). Conheça em: http://www.fapesp.br/cpe/
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Cigarrinha do milho. Disponível em: < https://www.embrapa.br/controle-da-cigarrinha-do-milho>.
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Enfezamento do milho. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/21567441/enfezamento-do-milho-aparece-como-problema-nesta-safra>
