A cigarrinha do milho, de nome científico Dalbulus maidis, é uma espécie que deve ser constantemente monitorada. Seu nível de dano econômico está crescendo na cultura do milho nas últimas safras, principalmente na região sudeste e centro-oeste.
Neste artigo, vamos falar sobre seus danos, forma de monitoramento e quais as formas de controle, assim o produtor pode ficar tranquilo e manter seu cultivo de milho protegido desta praga.
Índice
Conhecendo a cigarrinha do milho
A cigarrinha é uma espécie com meio centímetro de comprimento de cor branco-palha.
Se alimenta da seiva da planta e realiza postura na epiderme da folha, preferencialmente na nervura central de folhas do cartucho da planta (Fig.1).
Está presente em todas as regiões produtoras de milho na safra e na safrinha.
Se alimenta exclusivamente de milho, não sendo hospedeira de nenhuma outra planta de importância econômica.
Seu ciclo se completa em 27 dias, podendo apresentar até 6 gerações por ano. Esta espécie sobrevive apenas no milho e pode migrar entre lavouras, principalmente a procura de plântulas recém emergidas (Fig.2).
Por apresentar o hábito sugador além de causar danos, pode transmitir patógenos ou um complexo destes para a planta.
A espécie é transmissora do vírus da risca do milharal ou rayado fino (Maize Rayado Fino Virus – MRFV).
No entanto, a principal doença transmitida por cigarrinhas é o enfezamento causado por moliculites (bactéria), que pode ser pálido ou vermelho.
O enfezamento pálido é causado por um espiroplasma (Spiroplasma kunkelli) e o vermelho por um fitoplasma (Maize Bushy Stunt Phytoplama).
Os danos com estas doenças pode chegar a mais 90%, principalmente quando não se faz uso de híbridos resistentes às doenças transmitidas pela espécie.
Fique de olho nos danos da cigarrinha do milho
A cigarrinha do milho apresenta baixo dano direto, ou seja, a sucção da seiva da planta não é motivo para grandes perdas. No entanto, o mais relevante nesta espécie é a transmissão das doenças já citadas.
Os danos do rayado fino aparecem nas folhas, entre sete a dez dias após a inoculação, na forma de pequenos pontos cloróticos e podem reduzir a produtividade em até 30% (Fig.2).
Já os principais danos causados por enfezamentos são: estrias cloróticas da base para o ápice (enfezamento pálido) (Fig.3A) e avermelhado das folhas a partir das margens do ápice (enfezamento vermelho) (Fig.3B).
Ainda pode ocorrer a colonização da planta por outros patógenos podendo chegar a 100% de plantas infectadas e causar perda total da produção.
Como monitorar a cigarrinha do milho
A detecção da cigarrinha no cultivo, deve ocorrer antes do aparecimento dos sintomas das doenças transmitidas pela espécie.
A melhor forma de monitorar é entrar no cultivo e realizar uma vistoria visual, principalmente nas folhas, onde é possível detectar adultos e ovos.
Registrada a presença da espécie é necessário realizar o controle. É importante realizar o monitoramento nos primeiros estágios, ainda na fase de plântula, pois é principalmente nesta fase que ocorre a infecção.
Controle
A melhor forma de controle aos danos é utilizar plantas resistentes e realizar o controle da cigarrinha através de produtos químicos ou biológicos.
No entanto, alguns manejos diminuem a incidência da praga como evitar os plantios tardio e escalonados e a rotação de culturas, pois somente o milho é atingido por esse complexo de doenças.
Referências
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Cigarrinha-do-milho: vetor de moliculites e vírus. Disponível em: < https://www.embrapa.br/documents/1344498/2767891/cigarrinha-do-milho-vetor-de-molicutes-e-virus.pdf/17d847e1-e4f1-4000-9d4f-7b7a0c720fd0>
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistemas de Produção: Cultivo do milho. Disponível em: < https://www.spo.cnptia.embrapa.br/conteudo >
Um pensamento em “Cigarrinha do milho: por que conhecer esta praga pode salvar sua produção”