Bactérias do gênero pseudomonas são, geralmente, associadas a doenças infectocontagiosas. Mas algumas espécies podem atuar de forma diferente, inclusive promovendo o desenvolvimento das plantas cultivadas.
Pesquisadores identificaram espécies de pseudomonas que podem dar origem a novos bioprodutos para a agricultura, seja como promotores de crescimento ou no controle de doenças e pragas agrícolas.
Além disso, as preocupações com o meio ambiente têm levado a necessidade do uso sustentável dos recursos naturais. A agricultura convencional tem causado impactos relevantes no solo e água. Por isso, é essencial a busca por maneiras mais limpas e sustentáveis de promover ganhos de produtividade.
Neste artigo, vamos explicar o que são esses as pseudomonas microrganismos e como seu uso pode contribuir significativamente para sua lavoura. Vamos lá?
Índice
O que são pseudomonas?
Bactérias do gênero pseudomonas são conhecidas como agentes de controle biológico promotores de crescimento de plantas. São consideradas rizobactérias, ou seja, microrganismos que vivem e se desenvolvem no solo. Produzem metabólitos relacionados ao crescimento da planta (auxinas, giberelinas e citocininas).
Também podem sintetizar antibióticos, sideróforos (compostos que atuam na captação de ferro) e ácido hidrocinâmico. Esses compostos são capazes de controlar patógenos que causam doenças nas plantas. Ainda atuam na promoção de melhor desenvolvimento das raízes por modificar propriedades físicas, químicas e biológicas do solo ou substrato.
Na imagem, podemos observar pseudomonas em associação com tecidos vegetais.
Foto: Itamar Soares de Melo
Como atuam?
As pseudomonas são bactérias simbiontes, ou seja, vivem em tecidos vegetais e fazem trocas de substâncias benéficas com as mesmas. A relação entre as plantas e estes organismos é amplamente explorada na agricultura. Existem outros microrganismos simbiontes como bactérias fixadoras de nitrogênio, fungos micorrízicos e bactérias promotoras de crescimento que já são utilizadas na agricultura comercial.
Organismos como as pseudomonas utilizam-se de substâncias provenientes das plantas e disponibilizam substâncias de interesse para a planta. Essas substâncias irão atuar na promoção de crescimento ou no controle biológico de pragas e doenças. Por isso, pesquisas com espécies desse gênero são amplamente exploradas.
Pseudomonas no milho
O milho é uma cultura bastante sensível ao ataque de fungos causadores de fusarium, como Fusarium moniliform e Fusarium graminearium. Estes microrganismos infectam as raízes causando apodrecimento e murchamento das plantas.
Um estudo com a cultura mostrou que a associação do milho com Pseudomonas sp. EM85 atuando de forma isolada, foi capaz de reduzir a ação dos patógenos. Além disso, a inoculação de sementes com as bactérias resultou em maior poder de germinação e vigor das plantas. Em plantas adultas, a área foliar, o peso seco da parte aérea e sementes também aumentaram.
Outro estudo desenvolvido com Pseudomonas fluorescens verificou um incremento nos teores de fosfato e potássio nos grãos de milho. A espécie demonstrou potencial para a ser utilizada na melhoria do teor nutritivo de grãos, bem como para reduzir a quantidade dos elementos utilizados em práticas de adubação.
O uso de pseudomonas em milho contribui para o controle de Fusarium.
Foto: Divulgação Revista Cultivar
Pseudomonas em hortaliças
Em um estudo foram utilizados isolados de pseudomonas spp para verificar sua atuação na promoção de crescimento de plantas de cebola. A avaliação foi realizada em em mudas após o transplante, na fase de crescimento vegetativo e produção de bulbos.
Os resultados mostraram um incremento no crescimento vegetal e produção de bulbos em casa de vegetação e condições de campo. Os resultados permitem observar que o uso de pseudomonas em hortaliças pode ser uma excelente alternativa para ganhos de produtividade.
O uso de pseudomonas em culturas como a cebola apresenta grande potencial de uso.
Foto: Divulgação Campo e Negócios
Conclusão
O uso de pseudomonas na agricultura pode ser uma alternativa sustentável e de baixo custo para aumento da produtividade em espécies vegetais. Seu uso pode trazer ganhos de produtividade para culturas como grãos e hortaliças. No entanto, como estamos tratando de uma nova tecnologia é importante que os produtores se adequem ao seu uso, prezando por um manejo integrado que preserve todo o sistema.
Referências
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Leonardo é formado em Administração com ênfase em Agronegócios pela Universidade Estadual Paulista – “Júlio de Mesquita Filho”. Atualmente é aluno do MBA de Agronegócios da ESALQ/USP. Trabalha como Analista de Operações da Gênica – Inovação Biotecnológica.