No planejamento da safra, um dos aspectos mais importantes a serem considerados pelo produtor é a escolha da semente. Definir seu uso é tão importante quanto escolher outros insumos como fertilizantes, herbicidas, inseticidas ou fungicidas.
Por exemplo, plântulas provenientes de sementes de baixa qualidade, se desenvolvem de forma tardia.
O resultado é o baixo desenvolvimento devido ao sombreamento, falhas no cultivo e redução da produtividade.
Por isso, é fundamental conhecer os aspectos envolvidos na classificação de uma semente de boa qualidade.
As características genéticas, físicas, fisiológicas e sanitárias da semente influenciam diretamente na produtividade da lavoura.
Agora que sabemos a resposta para esta pergunta, vamos conhecer esses aspectos com mais detalhes.
Índice
Qualidade Genética
Sementes de qualidade deve apresentar pureza varietal. Este é o atributo que vai influenciar na produtividade da semente. Quanto maior a pureza, maior a representatividade das características desejadas pelo produtor na semente.
Já com o melhoramento genético, a semente pode ficar resistente a pragas, doenças, melhorar sua adaptação ao clima, dentre outros.
Qualidade Física
Sementes com boa qualidade devem ser livres de materiais inertes, impurezas e danos mecânicos. Os mais comuns são restos vegetais, torrões e presença de outros materiais derivados da lavoura.
O grau de umidade também é considerado, devido a deterioração da semente, que é acelerada quando colhida úmida ou seca. Outro ponto importante, são os danos ocasionados no momento da colheita.
A ação das máquinas, manuseio, operações de debulha e transporte podem danificar a semente. As lesões no tegumento interferem na aparência e reduzem a produtividade. Alguns patógenos podem utilizar estes danos físicos para infectar a semente com maior facilidade.
Qualidade fisiológica da semente
Está associada ao vigor e germinação das sementes. O vigor é a capacidade das sementes em germinar e produzir uma plântula de qualidade em várias situações.
A germinação é a capacidade da semente em germinar, formando uma plântula normal em condições ótimas de ambiente.
São duas características fundamentais pois refletem na capacidade de desenvolvimento da planta no campo, na uniformidade do estande e na velocidade da germinação.
As sementes mais produtivas são aquelas que apresentam a melhor germinação e emergência, mesmo em condições adversas, como veranicos ou ataque de doenças. A qualidade fisiológica tem parâmetros legais definidos.
Para a germinação, por exemplo, o mínimo recomendado é 80%.
Ainda não existem testes específicos que determinam o vigor para todos os tipos de sementes.
De forma geral, são avaliados o comprimento das plântulas germinadas, e as plantas que apresentam valores superiores aos médios, são consideradas mais vigorosas.
Qualidade sanitária da semente
Esta característica define a ausência de patógenos, pragas e plantas invasoras no lote, que possam influenciar no desenvolvimento da semente. É fundamental que as sementes utilizadas sejam sadias, para garantir sua produtividade.
Sementes contaminadas, mesmo em pequena parcela, se tornam disseminadores de doenças. Desta forma, toda a produção pode sofrer devido a falta de sanidade da semente.
Figura 1: Semente de soja infectada por patógeno (Colletotrichum truncatum).
Fonte: Agrolink
Para a garantia da produtividade é importante que as plântulas recém emergidas estejam no mesmo padrão, sem falhas e aglomerados, com bom espaçamento entre si, e bom vigor.
Abaixo podemos conferir plântulas provenientes de sementes de boa qualidade (fig.1) e de baixa qualidade (fig.2).
Note a diferença na formação da linha e como estas falhas irão prejudicar o desenvolvimento da lavoura. Em casos mais graves, o produtor precisa realizar replantio, aumentando os custos e mão-de-obra.
Figura 1: Formação de linha com sementes de boa qualidade.
Fonte: Embrapa Soja
Figura 2: Formação de linha com sementes com baixa qualidade.
Fonte: Embrapa Soja
A Embrapa disponibilizou um webinar sobre a influência destas características na soja, e você pode conferir na íntegra abaixo:
Leonardo é formado em Administração com ênfase em Agronegócios pela Universidade Estadual Paulista – “Júlio de Mesquita Filho”. Atualmente é aluno do MBA de Agronegócios da ESALQ/USP. Trabalha como Analista de Operações da Gênica – Inovação Biotecnológica.