Análise de solo: um guia passo a passo

Neste artigo, montamos um guia passo a passo para que você conheça sua principal aliada na obtenção de um solo fértil, a análise de solo.

As cadeias produtivas na agricultura, buscam constantemente ferramentas e manejos para o aumento da produtividade.

Mas, ao mesmo tempo o mercado caminha para uma produção mais sustentável que não agrida ao meio ambiente, nem a saúde do produtor rural ou do consumidor.

Um dos conhecimentos mais importantes para aumento da produtividade é através da avaliação do solo.

É do solo que as plantas absorvem os nutrientes e água necessários para seu desenvolvimento, por isso, manejá-lo corretamente é fundamental para obter um cultivo produtivo.

Índice

Importância e benefícios da análise de solo

A análise de solo é uma parte fundamental do planejamento da safra, pois permite conhecer a quantidade de nutrientes no solo e calcular a correção do mesmo, de acordo com a necessidade de cada cultivo, aumentando a eficiência das operações.

Além disso, permite monitorar constantemente a presença ou ausência dos nutrientes no solo, possibilitando aumentar a produtividade de uma forma assertiva e sustentável.

Uma análise de solo realizada corretamente, gera economia, pois diminui o uso de adubação não que seja necessária e preserva o solo saudável por diversas safras.

Como realizar a análise de solo?

Para a realização da análise de solo, são necessários que alguns procedimentos sejam realizados, como veremos a seguir:

Escolha a época mais adequada:

A amostragem de solo e avaliação química deve ser realizada antes da implantação da lavoura.

Este é um período que deve ser dedicado a correção das deficiências do solo e manejos de preparo como a calagem e a adubação conforme a recomendação para cada cultura.

Em cultivos convencionais as amostragens podem ser realizadas em intervalos de 2 a 3 anos.

Solos muito arenosos ou com acidez elevada devem ser analisados com mais frequência.

Amostragem:

Esse é um dos principais passos, pois é neste momento em que o material para análise será coletado.

Primeiramente é importante dividir a propriedade em áreas menores (glebas), que devem ser homogêneas (ou seja, que possuam as mesmas características).

As áreas não devem ser superiores a 10 hectares, a fim de obter uma análise de maior qualidade.

Dentro de cada área deve-se retirar as subamostras em no mínimo 10 pontos equidistantes.

Para a coleta é possível utilizar diferentes materiais como o trado de rosca, o trado calado, o trado holandês, ou a pá de corte.

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Fonte: Ifope Educacional

De forma geral, a recomendação é realizar a coleta com a profundidade de 0 a 20 cm. Em cultivos de plantio direto e manutenção de pastagens a amostragem pode ser realizada de 0 a 10 cm e, de 10 a 20 cm.

No esquema abaixo retirado diretamente do Manual de Uso Sustentável do Solo da Ministério da Agricultura é possível observar a recomendação para realização da amostragem de solo, na linha em vermelho, podemos observar o percurso do amostrador para coleta das subamostras.

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Após a retirada das amostras, o solo deve ser misturado para obtenção de uma mostra composta, no qual deve-se separar 300 gramas em um saco plástico e etiquetado e encaminhado para um laboratório de análise química.

Análise química no laboratório

O próximo passo é envio das amostras para o laboratório para a realização da análise química detalhada. São diversos laboratórios especializados, distribuídos em diversas regiões do Brasil.

Você pode encontrar o mais próximo direto no neste link , ou consultando diretamente centros de pesquisa e universidades da sua região, muitas delas oferecem este tipo de serviço.

Interpretando a análise do solo

Após o recebimento da análise química do solo diretamente do laboratório é o momento de fazer a interpretação dos dados.

Para isso é necessário conhecer os principais itens avaliados:

  • macronutrientes primários (fósforo P e potássio K);
  • macronutrientes secundários (cálcio Ca, enxofre S, magnésio Mg);
  • micronutrientes (Boro B, Cobre Cu, Manganês Mn, Molibdênio Mo, Zinco Zn).

Também são analisados dados sobre acidez do solo, através dos valores de pH, que é a concentração de hidrogênio no solo.

O pH é um fator muito relevante no manejo do solo, pois, quando o pH está entre 6,0 e 6,5 a disponibilidade dos macronutrientes e micronutrientes para a planta é máxima ou não limitante.

Por isso, corrigir a acidez é essencial para garantir a produtividade em muitos cultivos.

A correção do solo é calculada com base nas necessidades de cada cultura, por isso é ideal que seja realizada por um engenheiro agrônomo ou técnico agrícola.

Caso, o produtor prefira realizar os cálculos, pode encontrar a base de recomendação em arquivos disponibilizados pela Embrapa para cada cultivo.

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Referências

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO – Uso sustentável do solo: plante com tecnologia. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/578192/1/xavier01.pdf >

VITTI, G.C.; FAVARIN, J.L; RESENDE, L.O & TREVISAN, W. (1999) Manejo dos macronutrientes em diversos sistemas de produção agrícola. Serrana/Fealq/Gape – Piracicaba.

VITTI, G.C.; CERQUEIRAM LUZ, P.H. de; MALAVOLTA, E.; DIAS, A.S.; SERRANO, C.G.E. (2008) Uso de calcário em sistemas de produção agrícola. GAPE – Piracicaba.

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