Um dos pilares do manejo integrado de pragas é o uso controle biológico através de microrganismos (fungos e bactérias) que controlam pragas em diversos cultivos agrícolas. A espécie Metarhizium anisopliae é um fungo entomopatogênico capaz de infectar e causar a morte de cigarrinhas de forma eficiente, gerando excelentes resultados à campo.
No entanto, para um controle eficaz é fundamental ficar atento para o correto manejo do produto.
Neste artigo, você vai encontrar quais são as melhores condições climáticas para aplicação de Metarhizium e como garantir sua eficiência no controle de pragas.
Índice
Metarhizium como agente de controle biológico
Metharizium é um gênero de fungo, com diversas espécies, que crescem naturalmente nos solos e causam doenças em insetos.
Através deste conhecimento e com auxílio da pesquisa, algumas espécies (específicas para insetos), foram isoladas a fim de controlar pragas agrícolas.
É o caso de Metarhizium anisopliae comercialmente utilizado no controle biológico de cigarrinhas.
Os maiores prejuízos são causados pelos adultos que succionam a seiva da planta e queimam as folhas diminuindo a produtividade.
Quando os esporos de M. anisopliae entram em contato com o hospedeiro penetram na cutícula e causam a morte do inseto.
Além disso, após a morte, o corpo da cigarrinha se transforma em um “meio de cultura”, ou seja, através dela a população do fungo aumenta e pode infectar outras pragas que estejam na área.
Este efeito residual faz com que o fungo se dissemine no campo e aumente o índice de controle de pragas. Para detectar a infecção pelo fungo à campo, é comum observar um aspecto de “bolor” no corpo do inseto (Fig. 1).
Fonte: Gênica
Monitoramento da cigarrinha
Para garantir a eficiência de Metharizium no controle de cigarrinhas, é importante estar atento para as condições do clima a fim de garantir sua eficiência.
A ocorrência das primeiras chuvas indica o início do aparecimento da praga no campo, neste momento, a atenção deve ser redobrada a fim de detectar a primeira infestação.
Além disso, a aplicação deve ser realizada após a detecção das cigarrinhas (espumas com ninfas na base da touceira da planta) (Fig. 2).
A avaliação periódica de danos no cultivo também são fundamentais para um controle eficiente e aplicação do inseticida biológico no cultivo.
Após a detecção da praga em campo, é importante conhecer as melhores condições para a aplicação do Metharizium.
A eficiência do controle exercido por este fungo no ambiente natural ou no agroecossistema depende da sua sobrevivência que está diretamente ligada as condições do clima no momento da aplicação.
Condições climáticas ideais para aplicação de Metarhizium
A aplicação deve ser realizada preferencialmente ao entardecer em dias nublados ou à noite com umidade relativa do ar abaixo de 80%. Se a umidade estiver acima deste índice o crescimento e proliferação do fungo pode ser prejudicado.
As temperaturas entre 21 e 28°C são as mais adequadas para a aplicação, visto que em temperaturas maiores ou menores, a sobrevivência do fungo começa a declinar.
Deve-se evitar a exposição do fungo aos raios ultravioletas a fim de não prejudicar sua eficiência.
Não é recomendada a aplicação com ventos acima de 10 km/hora, para que não exista deriva e o escape do produto.
O uso de produtos biológicos para controle de pragas têm aumentado consideravelmente na agricultura, seja por sua qualidade, eficiência, facilidade de aplicação ou efeito residual.
Com Metharizium não tem sido diferente, sua eficiência no controle de cigarrinhas é comprovada e seu uso é uma eficiente ferramenta no manejo integrado de pragas.
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REFERÊNCIAS
Driver F. et al., (2000). A Taxonomic revision of Metarhizium based on sequence analysis of ribosomal DNA. Mycological Research. 104: 135–151. EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/1485406/cigarrinhas-das-pastagens-comecam-ataque-no-periodo-chuvoso
Lanza L. et al., (2009) Sensibilidade de Metarhizium anisopliae à temperatura e umidade em três tipos de solos. Ciência Rural. 39: 6-12.
